"A posição do Brasil perante o mundo, a América Latina e, em particular, o subcontinente sulamericano conduzirá nosso país à berlinda: ou aceita-se esta liderança, que se coloca natural, ou será substituído por outra nação. Ante sua posição territorial, suas reservas minerais, especialmente, ferro e petróleo, sua produção no campo com o agronegócio, além do seu crescente mercado consumidor, o Brasil situa-se como o principal interlocutor das aspirações e interesses dos países latino-americanos e do grupo de países que assumiram, nos últimos anos, uma vanguarda em relação aos países desenvolvidos. China, Rússia, Índia e Brasil (BRIC) assumem uma possibilidade de negociação nunca vista antes, ameaçando o predomínio da França, Inglaterra, Alemanha, Japão e mesmo dos Estados Unidos e sua política econômica de mão única, sempre priorizando os interesses dos oligopólios que representam, como se deu com o México e sua inclusão no NAFTA (North American Free Trade Agreement). Aqui, os Estados Unidos tornaram-se o principal parceiro comercial dos mexicanos. O Brasil, ao contrário, optou por tornar-se um global trader, priorizando a busca por múltiplos parceiros comerciais, diminuindo a nossa dependência da economia estadunidense que já representou mais de quarenta por cento (40%) das nossas exportações e atualmente coloca-se entre quinze por cento (15%) e dezessete por cento (17%). Assim, como proteger estas riquezas e este povo? Como proteger-se, o Brasil, da ganância dos países ricos, como é o caso da internacionalização da Amazônia? E o pré-sal? É inevitável continuar submisso aos interesses das grandes potências ou pode-se tentar uma posição mais independente, garantindo aos brasileiros o gozo do que a natureza lhe ofereceu? Há mais perguntas, mas as deixo para Valter Cal, meu caro aluno, que indaga sempre sobre a posição do Brasil, especialmente, no atual governo. E aí Cal, que rumo pode-se dar à nossa política externa: independência ou submissão?
Abraços a todos,
MR